domingo, 22 de novembro de 2015

Alegria...

Ela havia surgido.
Não sabia exatamente como,
Muito menos o porquê,
Mas lá estava tempo após tempo.

Num grande vazio, rodava.
Vez por outra ouvia algo,
"Música", certa vez ouviu o nome
Nesses momentos queria segui-las.

Sonhava na sua caverna de Platão,
Com algo que não sabia explicar
Algo que não tinha significado
Apenas sensações.

Um dia, acordou cercada de coisas!
Seres parecidos com ela, comidas,
Variadas paisagens, animais.
Fachos de luz irregulares iluminavam o lugar
A tal "música" não parava de tocar.

Do lado de fora, através dos fachos
Se formava um sorriso
De alguém com fones de ouvido
Que tomou coragem de viver
Fazendo uma viagem sem destino.

E assim a cada dia, arranja companhia para sua pequena alegria.

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Escreveu...

Sentou na mesa outra vez
Sentiu saudade de escrever.
Aqueles textos curtos talvez?
Mas não sabia o que dizer.

Só queria sentir as frases,
Quebradas, organizadas
Relatando suas fases.
Fazia tempo é verdade.

Tentando algo que faça sentido,
Que toque e alegre alguém
Ou então, ouvir um "texto legal" de um amigo
Já estaria bem.

Afinal fazia tempo que não escrevia
Quem sabe, a inspiração nem mais o reconhecia
Ainda sim o fez, escreveu.

Ao terminar, repassou e percebeu
Viu que seu texto não tinha alguém definido
Sempre o sujeito era perdido
Pode ser que seja você
Ou será que sou eu?

Noites longas...

Noites longas, dias curtos
Todos praticamente iguais
E igualmente entediantes.

Sinto como se contasse-os,
Cada vez diminuindo,
Preso ao marasmo dos dias.

Fico parado enquanto todo um mundo
Espera ser desbravado,
Porém não me espera,
Se quero eu ser o eleito que corra atrás.

Não pense que sou triste,
Que cansei do meu viver
Pois nele, alegria muita existe.

São só delírios, delírios da madrugada.

quinta-feira, 25 de junho de 2015

Conheci...

Conheci a mulher da minha vida na infância,
Tinha um belo sotaque, belos olhos
Uma leveza sem par
Tinha até vergonha de em seu lado ficar.

Conheci a mulher da minha vida na adolescência,
Tinha um sorriso arrebatador,
Protagonizou uma história confusa
No qual aprendi a ser ator.

Conheci a mulher da minha vida na amizade,
Esta tinha um pé firme no chão e outro voando pelo ar,
Naveguei entre a imaginação e a realidade
Convivi com a sua vivacidade.

Conheci a mulher da minha vida na...
Bem, aqui chegamos na parte em branco,
Com reticências de infinitas possibilidades
E uma certeza:

Conhecerei a mulher da minha vida na vida.


quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Menino...

Nunca falei sobre um certo menino,
Menino pequeno, menino franzino
Corria na casa, corria na rua,
Corria no sol, corria na chuva.

Um quarto escuro era um universo,
Uma sala era um país
E mesmo os azulejos sendo pura lava,
Ele andava feliz.

Em cada semana tinha uma profissão diferente,
Era o "sabichão", o inteligente
O cabeça do grupo que sempre brigava com os braços
Sem nunca porém quebrar os laços.

Só comia porcaria e vivia doente,
Falava como se soubesse de tudo
Não tinha nem tamanho de gente
E morria de medo de vulto.

Hoje em dia esse menino ainda corre,
Corre nas memórias, nas idéias,
E a cada passada abre um pouco mais o sorriso
Deste que lhe escreve coisas de gente velha.

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Rotina

Desperta, rola na cama durante um tempo.
Levanta, anda vagarosamente pela casa.
Sente, a água em cada parte de seu corpo.
E o tempo passa.

Sai de casa, demora horas no trânsito.
Chega, cumprimenta conhecidos.
Olha para o relógio contando ponteiros.
E o dia passa.

Fala, sobre o que vier a cabeça.
Diverte-se, sabendo sobre vida alheia.
Espera, compromissos futuros.
E a semana passa.

Ama, seja em pensamento ou em ação.
Faz, grandes planos para o amanhã.
Anseia, a conclusão dos mesmos.
E o mês passa.

Retorna, o céu mudou de cor.
Descansa, a água passa em cada parte de seu corpo.
Boceja, andando vagarosamente pela casa.
Dorme, após rolar na cama durante um tempo.
E o ano passa.



quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Já dizia a canção...

"Eu aflito e só..."
Já dizia a canção,
Mas na verdade não,
Pelo menos não a parte da aflição,
Pois vejo certa beleza na solidão.

São nesses momentos que você reflete
Se conhece e se compreende,
Pois a unica pessoa para conversar e analisar, é si mesmo.

Nessas horas nossa criatividade aumenta,
Nossa mente nos leva ao além do infinito,
Palavra que tanto gosto,
Onde não há barreiras do que se pode ou o que se deve.

Todos tem um instante de solidão,
Seja o mais amável, o mais sociável
Ou mesmo o casal que partilha a mesma cama,
A menos que consigam a proeza de dormirem ao mesmo tempo,
Pois quando fecham os olhos, imergem no profundo mar de pensamentos
Onde seu amado(a) não pode entrar.

Não pense que meu lugar perfeito é aquele
Em que pessoas vivem isoladas, solitárias,
Mas sim aquele em que as mesmas não encaram a solidão
Como o fim do mundo e sim como uma outra visão dele.