sexta-feira, 10 de maio de 2013

Invisível...

O homem sentou em um banco,
Sem nada marcante, só era o banco mais próximo
E ele percebeu que havia se tornado invisível,
Tinha se tornado parte daquela paisagem.
Apesar de tentar sair e não gostar daquilo,
Ele acabou, por fim, achando interessante.

Olhou para as árvores que estavam perto,
Sentiu a brisa do vento da quase noite,
Ouviu o barulho das coisas em volta,
Olhou até o movimento dos insetos!

Pode perceber a vida dos passantes,
Perceber detalhes que antes não tinha notado,
Ninguém se importava com ele os olhando,
Pois era invisível naquele fim de tarde
Em que todos corriam para seus destinos.

Viu conhecidos, desconhecidos
E desconhecidos que conhecia.
Uns iam depressa para suas casas,
Outros chegavam já querendo voltar,
Alguns sorriam e riam com seus amigos,
Alguns só passavam em solidão.

O homem pensou em falar com quem conhecia,
Saudar com um "oi" ou acenar,
Mas achou mais interessante continuar invisível
Porque não saberia quando poderia conhecer tanto
Sobre tais pessoas que desconhecia.

Após muito tempo ele levantou e olhou em volta,
No mundo corrido que estava inserido,
E se perguntou o que acontecia com todos
Por não perceberem as pequenas belezas do cotidiano.


  

terça-feira, 7 de maio de 2013

O fim das letras - Por Iury Figueiredo

Ps.: Como esses dias eu inventei de ser crítico ao invés de reflexivo e fiz um artigo, que foi publicado no Hiperfone (desconsiderem as imagens, ideia do Iury kkk), nada mais justo que publicar as andanças do Iury pelo mundo da poesia/poema/ eu nunca sei qual é ao certo aqui, então curtam ai!


E se não houvesse escrita?
E se eu não soubesse escrever?
O que seria de mim?
Como descreveria você?

Não haveria o médico
E sumiria o direito,
O que dirá a justiça?
Seria o caos no mundo.
Uma Terra com defeito.

Ainda haveria emoção,
Mas morrera a expressão.
O poeta cairia, então
O homem na escuridão.

No fim seria tudo vazio
Sentaríamos e veríamos os fios
Do texto, tecido, traçado
Destruído, sumido, queimado.